A queda dos dentes de leite de uma criança é um momento importante na vida de muitos pais. É um sinal de crescimento. Como recordação, alguns, inclusive, guardam como recordação em gavetas ou caixas. Entretanto, há uma coisa importante que você precisa saber: células-tronco de dentes de leite podem ser armazenadas. Apesar de outras partes do corpo carregarem células-tronco, a presente dentro do dente de leite (polpa) tem alto potencial regenerativo e de multiplicação. Pela capacidade de se transformar em células dos músculos, ossos, cartilagem, pele, além daquelas nos tecidos nervoso, cardíaco e adiposo, podem ser úteis em inúmeros tratamentos. Isso significa também que é possível realizar um “autotransplante” em caso de necessidade. Pessoas com doenças autoimunes, como lúpus, esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica podem ser muito beneficiadas, assim como quem tem diabetes tipo l e insuficiência cardíaco ou sofreu infarto agudo, derrame e trauma raquimedular. As vantagens, no entanto, não se limitam apenas ao paciente, mas também pode ser usada em toda a família. O armazenamento é conserva todas as propriedades e funções. A extração as células-tronco de dente de leite (polpa) é feita no período de troca de dentes, quando a criança tem entre 5 e 12 anos, por meio de um processo não invasivo.  O dente é colocado em um tubo e é feita a coleta de células, que serão multiplicadas. O armazenamento é feito em nitrogênio líquido para manter as condições perfeitas. De acordo com o especialista Dr. Cláudio Figueiredo, quanto mais cedo a coleta for realizada, melhor, já que isso evita o envelhecimento. “O recomendado é que aos quatro anos, os pais já comecem a realizar pesquisas por laboratórios especializados. Um kit será entregue com instruções e assim que o dente cair, a polpa passará por avaliação para ver se estão em condições para a coleta”, explicou. Figueiredo ainda esclarece que dentes de leite perfeitos para o procedimento são aqueles que possuem 1/3 da raiz, já que evita riscos de contaminação ou morte. Uma das clínicas que realiza o armazenamento é a Ortoligável. Além dos especialistas possuírem habilidades em tratamento com aparelho autoligado, também têm vasto conhecimento em células-tronco extraídas de dente de leite. “Uma vez que um paciente vem ao laboratório, toda a orientação é passada. Quando o dente é entregue, realizamos um controle de qualidade, para que em um futuro, caso seja preciso usar, não aconteça nenhum problema. Por isso, são feitos investimentos em capacitação e inúmeros testes no corpo clínico”, disse o especialista. Para Figueiredo, contratar uma empresa com referência no mercado é essencial, já que “a coleta pode salvar vidas”. Segundo ele, a coleta de células-tronco de um dente de leite tem, inclusive, muito mais vantagens que a do cordão umbilical, já que esta só pode ser usada para tratamentos de doenças imunológicas, enquanto a de dente pode ser usada também para outros fins. “Os pais que se culparam por não coletarem no nascimento, podem aproveitar agora. Aconselho a procurar um laboratório na cidade ou estado em que residem que tenha excelentes referências. Por não ser um serviço muito comentado, talvez seja difícil encontrar depoimentos no Google, portanto, recomendo que pesquisem bem para não cometer erros”, finalizou.